CLASSICISMO (1527-1580)
Aqui a poesia se separa da música e se mostra mais importante que a prosa.
Renascimento: Contexto social e histórico
Também conhecido como quinhentismo, tem início, em Portugal, em 1527, quando Sá de Miranda traz da itália o estil nuovo, isto é, o verso decassílabo na forma do soneto.
No Renascimento, o homem se redescobre e descobre uma nova visão do mundo, cuja identificação se dá com a cultura greco-latina, resgatando as noções de Beleza, Bem e Verdade e, rompendo com a religiosidade marcante da Idade das Trevas, resgata os deuses da mitologia grega, que possuem características humanas, distantes da perfeição do deus cristão. Assim, é fácil perceber que o Racionalismo passa a imperar, em detrimento de uma visão mística do mundo. Esses aspectos, já cultuados na Antiguidade Clássica, passam a ser copiados e tidos como modelo.
Ocorreram transformações nas artes plásticas, na arquitetura, na música e na literatura, desencadeando várias mudanças econômicas e políticas. Foi uma sucessão natural ao Humanismo, reflexo das transformações que já vinham ocorrendo em todo o Ocidente.
O homem renascentista procura compreender o mundo sob a luz da razão, buscando o equilíbrio entre razão e emoção, o que pode ser observado nas obras dos pintores renascentistas italianos, até hoje bastante apreciados, como Rafael, Leonardo da Vinci, Michelangelo, Boticceli, entre outros. Suas obras apresentam novas técnicas que acentuam a valorização do homem, que passa a ser o centro dos estudos, é o Antropocentrismo, que se preocupa em exaltar a natureza humana, há também a busca pelo equilíbrio, pela beleza e pela perfeição, por isso a é poça é marcada, nas artes, pelo aprimoramento técnico, como o das obras da antiguidade.
A Inquisição, uma das conseqüências da tentativa da Igreja de se consolidar novamente, foi oficialmente instituída em 1540, incumbia-se de censurar tudo aquilo que não estivesse de acordo com os padrões católicos, impedindo, assim, o desenvolvimento científico e cultural. Um exemplo disso ocorreu em Portugal, o que deixou o país aquém das outras nações europeias. Escritores como Gil Vicente e Camões foram chamados de “agentes contra a fé e os costumes”.
Por outro lado, do ponto de vista político, vivia-se o chamado absolutismo monárquico, com reis fortes, independentes do clero, do Papa e de outros países.
Economicamente, o mercantilismo se estabelecia, como uma consequência das grandes navegações, iniciadas no final do século XV. Devido a elas e aos descobrimentos, Portugal encontra no século XVI, seu período mais glorioso. Houve avanços nas técnicas de navegação, na astronomia, na matemática e na medicina. Novas terras foram descobertas, novos valores e costumes conhecidos. No reinado de D. João III (1521-1557) houve inclusive a reforma das universidades, adaptando-as aos novos tempos.
Contudo, vários conflitos se estabeleceram: por um lado uma burguesia mercante, com uma nova visão de mundo; por outro, a tradicional e religiosa nobreza. Outro fator importante se deve ao fato de que economicamente, Portugal não tinha como investir em suas colônias. Era um grande império cheio de dívidas com os países protestantes, especialmente a Inglaterra. Havia um grande incentivo às artes, mas uma forte repressão religiosa. Assim, podemos observar que o Renascimento português estava repleto de contradições.
A produção literária
Na época do Renascimento, às manifestações artísticas, incluindo a literatura, deu-se o nome de Classicismo, devido à inspiração vinda dos gregos e romanos.
Em 1527, o poeta Sá de Miranda regressa a Portugal, depois de seis anos na Itália. Com ele, trouxe várias novidades com relação à poesia, bem como formas poéticas já utilizadas pelos antigos gregos, contaminando a todos seus compatriotas, a destacar-se o grande Luís de Camões.
Considera-se então o início do Classicismo em 1527. Os ideais clássicos predominam em Portugal até a morte de Camões em 1580, quando, coincidentemente, o país passa para o domínio espanhol.
Características clássicas
Imitação dos autores greco-romanos | Homero, Aristóteles, Cícero, Virgílio e Horácio. |
Preocupação com a forma | Exigência quanto a métrica e a rima dos poemas; correção gramatical, clareza na expressão do pensamento, a sobriedade e a lógica. |
Construção frasal | Inversão dos termos na oração, influência latina. |
Utilização da mitologia greco-latina | Efeito mais artístico, os mitos simbolizam ações, demonstram sentimentos e atitudes humanas. |
Universalidade e impessoalidade | Preocupação com verdades universais. |
De acordo com as características acima mencionadas a arte, no período renascentista, tinha a pretensão de ser bela e buscavam uma representação pautada na mimesis, segundo os preceitos da Poética, de Aristóteles.
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